SUA CARREIRA MEDIDA POR DANCINHAS!
Tiktokização das profissões e a ansiedade do conteúdo.
Você pode apresentar seu conteúdo e expressar o valor do seu conhecimento.
Mas não faça isso apenas porque venderam um sonho dourado de milhares de pessoas consumindo o que você vende.
O “digital” não é a única forma de ganhar dinheiro.
A regra é que precisamos ser todos “produtores de conteúdo”, atribuindo às profissões e às carreiras uma nova função (não remunerada) que padroniza e estereotipa o trabalho.
A obrigatoriedade de se produzir conteúdo, gerou uma ansiedade que faz as pessoas se forçarem a entrar nos moldes que o mercado propõe.
São pílulas fáceis de digerir, sem precisar aprofundar em algum tema, como um fast food do trabalho e que reflete a banalização do conhecimento técnico e até mesmo implicações éticas em algumas profissões.
Seu trabalho não precisa gerar mais seguidores, mais engajamento, para ter mais relevância na sua atuação… E, assim, evitar a comparação eterna sobre se você “está fazendo o suficiente”.
Muitos profissionais (principalmente autônomos ou profissionais liberais) viraram reféns da promessa do algoritmo.
E se aprisionam nos modelos e regras do gurus do digital, vivenciando a ansiedade de cumprir com o que foi determinado (post diários, reels, lives, etc).
Aí surgem as promessas de COMO você deve fazer para ter mais seguidores, mais engajamento, e consequentemente, mais relevância para sua atuação… E uma comparação eterna se “está fazendo o suficiente”.
A tiktokização da profissão faz com que todos virem reféns do algoritmo para se tornar relevante. Um efeito que infantiliza as relações de trabalho, institucionalizando a barganha pela audiência.
Não é uma questão de ser contra a produção de conteúdo de qualidade e que expresse sua forma de trabalhar… É estar atento para uma ideia ilusória de que reproduzir uma estética nas redes sociais e obter likes e seguidores é sinônimo de relevância.
São diversos os cenários de pessoas que perderam o foco de sua atuação profissional, sob a promessa de que gerar conteúdo seria a salvação, e assim se perderam no enredo das ações para além das redes sociais.
O resultado: pessoas cobrando mais de si mesmas, sem que aquilo signifique de fato um retorno financeiro (exceto para os anunciantes e para a própria plataforma), sob a justificativa de que “quem não é visto, não é lembrado”, e que você deve seguir o que todos estão fazendo…
Principalmente para os mais jovens: Investir em sua carreira vai muito além de fazer dancinhas, e viver a pressão por produzir lives e posts.
É preciso conhecer o seu caminho pessoal.
É preciso dedicar tempo e energia numa prática sólida, consistente e criar redes de relacionamento e apoio que dão relevância do seu trabalho.
É claro… se seu público de interesse está na geração Z e nos millennials, aí pode ser que você tenha que dançar… mas não faça dessa métrica a principal forma de avaliar o impacto do seu serviço ou produto.
Você pode apresentar seu conteúdo e expressar o valor do seu conhecimento, através da forma que tenha a ver com aquilo que você acredita.
Não faça só porque venderam esta ideia como um sonho dourado de milhares de pessoas consumindo o que você vende.
Saiba que tudo leva tempo, paciência, e que o digital não é a única forma de ganhar dinheiro.
Em tempos de dancinhas de 15 segundos, você precisa saber que será esquecido nos próximos 30 segundos, e que a sustentabilidade da sua carreira dependerá de dedicação e consistência por mais tempo que isso.
Não se cobre!!
A padronização estabelece um molde…
Mas lembre-se que é a sua construção pessoal que trará a credibilidade para o que você faz!
Não banalize o seu trabalho!
Tenha bom senso e atenção à ética!!!
(Principalmente se sua profissão possui um código de Ética!! Ele não existe à toa!)
Márcio Merçoni
Graduado em Psicologia, MBA em Gestão de Pessoas.
Espacialista em desenvolvimento humano, designer de carreiras e de cultura organizacional.
https://www.instagram.com/marciomerconi/
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